quarta-feira, 6 de julho de 2011

Homem agride humorista "por gordura" em São Paulo

Com colaboração do Uol

“Sou judeu, gordo, nordestino, mágico e estou em dúvida quanto à minha orientação sexual”, avisa o humorista Ben Ludmer, logo no início de seu show realizado no início do mês, em São Paulo.“E aí resolvi parar de tomar sol para não virar banquete de skinhead”, prossegue, rindo de si mesmo.

O espetáculo seguia tranquilamente, quando Ludmer decidiu fazer piadas sobre as dificuldades que enfrentam os gordos, como ele. Dirigindo-se a um espectador obeso na primeira fila, perguntou: “Você já andou de avião?”. A resposta foi dura: “Já, com a sua mãe”.
O humorista intuiu que o clima estava estranho, mas prosseguiu, rindo de si próprio e de sua mãe: “Imagina. Vaca não voa”. O espectador saiu da poltrona, subiu no palco e deu um soco em Ludmer. O público imaginou que a cena fazia parte do show.

O comediante caiu atrás da cortina e o agressor continuou golpeando-o. Um assistente de palco percebeu o que ocorria e acendeu a luz da coxia (espaço em torno da cena no palco que não é visto da plateia e onde os atores aguardam a entrada em cena, e onde trabalham técnicos do espetáculo). O espectador foi contido. Seguranças foram chamados e o detiveram até a chegada da polícia.
“Na delegacia, outra piada: o sistema estava fora do ar”, conta Ludmer. Segundo ele, o agressor alegou em sua defesa que Ludmer fez piadas contra nordestinos, judeus e negros, o que o teria ofendido.
“Mesmo se tivesse feito, o que não fiz, a agressão não se justifica”, diz o comediante. “Quem assiste show de humor na primeira fila sabe que vai participar de alguma maneira. Por isso, acho que o cara foi com a intenção de fazer algo”, diz.

Abalado, o humorista conta que o show que apresentou no dia seguinte, na madrugada de domingo, foi “estranho”, sem graça. Pretende não fazer o seu número no próximo fim-de-semana, mas não vai parar. “Não posso parar. A função do comediante, literalmente, é dar a cara a tapa”.

E já está fazendo piada sobre o ocorrido. “Não fiquei nem um pouco constrangido de ter apanhando em cena. Constrangedor foi no dia seguinte quando entalei no aparelho da tomografia”.

Por que essa foto? Precisava de modelos para ilustrar


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